Outro dia faltou luz à noite por pelo uma hora e meia. Sempre que isso acontece lembro do meu pai. Quando a gente era pequena, e faltava luz à noite, sentávamos em volta da mesa de jantar - enquanto a mãe preparava a comida - e, à luz de uma vela acesa e grudada normalmente em cima de um vidro de nescafé, ele dizia:
- Querem ver como eu conto até dez e a luz volta?
- Haaaa queremos ver, duvido, exclamávamos!
Então ele começava:
-Um...........
- Dois................
- Três..................
E nós ali, com s olhos grudados nele, esperando a mágica.
- Quatro............................
- Cinco........................................
Até chegar o nove. Aí então ele inventava um assunto com a mãe, perguntava algo sobre o dia, contava outra história. E nós ali esperando.
Quando a luz voltava, de supetão, ele muito esperto gritava:
-DEZ!!!!!
- Viram só? Eu que fiz a mágica.
- HA não, assim não tem graça, qualquer um acerta. Que lorota.
Mas o melhor de toda essa história, é que em outra ocasião na qual faltasse luz, nós íamos correndo pedir ao pai que fizesse "a mágica", mesmo sabedoras do truque. O que valia mesmo, era aquela reunião, aquela atenção. Aquele aconchego.
Nenhum comentário:
Postar um comentário