Quando a Olga nasceu, eu tinha dentro de mim uma certeza: não seríamos apenas nós três para o resto da vida. Não sei exatamente explicar esse sentimento. Também não tinha conscientemente um planejamento sobre isso. Apenas sabia, que um dia, outra pessoa faria parte de nós. Não seríamos um triângulo para sempre e passaríamos a ser um quadrado, um dia.
Um ano depois da maternidade veio a notícia: fiquei grávida outra vez! Não foi exatamente como planejamos, aliás nem planejamos! Simplesmente aconteceu.
E depois de quinze anos, eu olho para a Ingra e tenho certeza: foi ELA quem determinou o momento de ingressar nessa família. Algo do tipo "ei, ei, abram alas que eu quero chegar!"
A Ingra, em 99% das vezes, consegue o que quer. E o mais impressionante é que quase sempre é sem forçar a barra! Ela simplesmente quer, e as coisas acontecem. Sempre foi assim, aquele olhar que transita entre o pidão e o exigente. Ahhhh o olhar. Pois essa é uma arma que ela possui e nem sabe. Com um olhar ela te escaneia e sabe se estás mal ou triste. Com um olhar ela te repreende por causa de uma fala ou uma atitude. Com um olhar ela deixa a gente experimentar aquela sensação de termos novamente nosso bebê no colo.
Pois a Ingra, (cujo nome o Padre Olavo queria mudar porque tem três consoantes juntas - muito difícil de pronunciar) é uma menina especial, que caiu aqui no nosso meio como se fosse um cometa, cheio de luz e de mistérios que todos os dias a gente tenta desvendar.
E nós, pobres mortais, agradecemos a escolha dela, a escolha que nos fez pais, a escolha que nos privilegiou com a sua presença!
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