Eu não tenho muita certeza, mas acho que deve ter sido meu aniversário de sete anos. A mãe como sempre fazendo de tudo para nos dar o mínimo que toda criança quer, fez um bolo, refrigerante, chamou os parentes mais próximos e meus colegas de aula é claro.
Como é de costume, a aniversariante esperou seus convidados às três da tarde, bem arrumadinha, dentro de um vestido cor de rosa com florzinhas brancas, confeccionado é claro, pela mãe.
Logo todos começaram a chegar e criança não tem cerimônia, fomos pra rua brincar de correr. A primeira constatação eu já tinha feito: aquele vestido estava me atrapalhando, afinal correr e se esconder metida num vestido rosa rodadinho não dava certo. Mas eu não podia decepcionar a mãe que o fez com tanto esmero. Assim, seguiu-se a tarde animadíssima.
Ao lado de casa um espaço de mais ou menos um metro de largura, separava a casa do muro e uma cerca de tábuas separava o pátio. Correria pra cá, correria pra lá, disparando pra não ser encontrada, fui pular a tal cerca e - vejam só - abri um rasgo em forma de L bem no meio do meu vestido cor de rosa!
Cheia de culpa, entrei em casa e mostrei pra mãe, que me disse: coloca um short e uma camiseta e vai brincar (eu acho que ela, de certa forma, já sabia que isso ia acontecer).
Que f e l i c i d a d e!!!! Não que eu não gostasse de usar vestido, mas convenhamos, brincar de esconder é muito melhor de shortinho!!!
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