domingo, 19 de fevereiro de 2017

o Dono da Mala



Texto: Anelize Carriconde





PERSONAGENS
O dono da mala
As duas amigas
A beata
O jornalista
A adolescente

CENÁRIO
A rua, uma calçada.

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O dono da mala entra em cena muito apressado, com a mala na mão, olhando para trás e para os lados, como se estivesse se escondendo de alguém

DONO DA MALA: Eu devo ter feito alguma coisa muito séria pro universo me retribuir dessa maneira! (anda de um lado para outro) E agora? O que eu faço? Não é justo. Eu, um cara trabalhador, que encaro todas as minhas obrigações com responsabilidade, cumpro horários, atinjo metas, faço tudo direitinho, e é essa a recompensa que eu ganho?
Querem saber de uma coisa? Vou deixar isso aqui pra alguém resolver o seu destino. É isso mesmo (com ar de confiança) . Alguém vai encontrar esse troço aqui e com certeza, vai saber melhor do que eu o que fazer com ele.
(o dono da mala larga a mala no centro do palco, dá uma olhada ainda em dúvida, e finalmente abandona-a. Sai do palco) (Minutos depois, retorna)

DONO DA MALA: AAAAAAAAAIIIIIIII!!!!! Que droga! Porque eu não consigo? Porque tenho que ser tão correto? Afinal de contas, não é problema meu.... Eu não tinha nada a ver com isso até... Até abrir a minha boca grande, e me oferecer para ficar com isso. Ora, porque tenho que ser gentil, e solícito, e atencioso e IDIOTA!
Mas tem que haver uma solução: Se eu me concentrar, vou encontrar uma saída pra esse enorme pepino que arranjei pra mim. Afinal de contas... nem é algo tão importante assim... Já sei! Vou deixar a mala aqui e depois me escondo fico espiando pra ver quem vai pegá-la. Se for alguém de fundamento, eu deixo levá-la. Senão....

(O Homem se esconde num canto e fica esperando alguém entrar)

AMIGA 1: Pois é isso, eu não sei mais o que fazer com o Oswaldo e aquela mania que ele tem de dormir sentado à beira da mesa depois do almoço! Às vezes me dá vontade de jogar um balde de água fria em cima dele!!!!

AMIGA 2: Nem me fala, e o Sérgio menina, que por mais que eu me esgane pedindo não adianta. Ele deixa a pia cheia de restos de barba misturada com creme sempre depois do barbear. Sabe aquela sujeira que sai do prestobarba? Harg!

(Neste momento as duas amigas visualizam a mala)

AMIGA 1: (Olha para todos os lados) Ué, de quem será essa mala?

(O dono da mala presta atenção nas duas)

AMIGA 2: Que estranho. Mas com certeza ela tem dono. Ninguém deixa uma mala desse tamanho, abandonada assim, no meio da rua. Parece de boa qualidade, não é de pobrinho não. Olha só! Tem até rodinha! Que chique! Que linda, eu sempre tive um sonho de ter uma dessas... E é pesada!

AMIGA 1: É mesmo? Deixa eu ver... Barbaridade que pesadona! È chiquerésima mesmo! Garanto que comprada no BIG.

AMIGA 2: Que desperdício né? Porque será que alguém iria deixar um objeto tão valioso abandonado no meio da calçada. Será que alguém viu? Será que vão voltar para pega-la? Que vamos fazer?

AMIGA 1: Não sei. Na verdade deveríamos deixá-la aí onde está. Afinal não é da nossa conta o destino dessa mala...

AMIGA 2:  De jeito nenhum! É até um crime deixarmos essa mala maravilhosa aqui atirada.. Isso que nem sabemos o que tem dentro!
(as duas se olham percebendo ao mesmo tempo o mais importante)

AMIGA 1: É mesmo! O que será que tem aí dentro? Roupas.... Talvez documentos importantes... Ou quem sabe produtos de um vendedor! Alguém pode estar em apuros a esta hora!!!

AMIGA 2: Pois eu acho que alguém que carrega uma mala elegante como esta deve ser muito chique e dentro dela deve haver roupas caras, jóias, uma chapinha, e quem sabe até dinheiro.... dólares!!!!!  (olha para mala com ar de gulosa).

AMIGA 1: Será mesmo? Não acredito que alguém tãaaaaao elegante, vai andar perdendo os pedaços pela rua! Acho mais provável que seja algum empregado que perdeu a mala do patrão... É mais a cara do brasileiro!

AMIGA 2: Só tem uma maneira de descobrir... Vamos abrir a mala. (Imediatamente começa a forçar a mala com certa violência)

AMIGA 2: Puxa vida! Está trancada. O dono desta mala é um completo idiota!!!! Além de perder um objeto valioso, deixou sem identificação nenhuma e ainda por cima trancada! Ora como vamos saber de quem é????

AMIGA 1: Será que não é melhor chamarmos a polícia?

AMIGA 2: Que polícia menina? Desde quando a polícia se interessa por objetos perdidos? Nós vamos levar essa mala pra casa arromba-la, bisbilhotar e, com sorte, até faremos uma graninha com o que tem dentro dela.

AMIGA 1: Eu não! Não quero me comprometer... Vai que isso daí seja de algum traficante, um ladrão que deixou. Eu vou embora e nem vi essa mala hoje!

AMIGA 2: Não mesmo. Afinal tu és minha amiga ou não? Vamos descobrir o que tem dentro dessa mala sim, e se não nos agradamos jogamos fora!

(o dono da mala salta apressado)

DONO DA MALA: Com licença senhoras... Estou com um pouco de pressa. Obrigado por terem cuidado da minha mala, fico mesmo agradecido!

AMIGA 1: A mala é do senhor? Graças a Deus! Estávamos com um problema pois não sabíamos o que fazer com ela...

AMIGA 2: E o senhor por acaso tem como provar que esta mala é sua?

O DONO DA MALA: É minha sim. Fui eu que a deixei aqui, e agora a estou levando embora, adeus! (volta para o canto onde estava escondido)

AMIGA 1: Acabou tudo bem... já estava nervosa com essa história de mala... já pensou a gente se comprometer de graça? Eu eihn...

AMIGA 2: Pois se tu queres saber: ele não me convenceu. Eu queria tanto saber o que tinha dentro daquela mala linda.... (as duas saem conversando)

O DONO DA MALA: (volta ao palco) Que duas malucas! Passam milhares de anos e as mulheres continuam as mesmas, querendo sempre nos extorquir! Imaginem, entregar a minha mala nas mãos dessas duas.... (abraça a mala e, de repente lembra-se que a mala não é sua).
O pior é que agora, voltei pra estaca zero. Continuo sem saber o fim que devo dar a esta porcaria!

(novamente deixa a mala no meio da calçada e volta ao seu esconderijo)

(neste momento aparece a beata)
BEATA:  (Quando vê a mala já faz o sinal da cruz.) Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus! O que é isso? (olha para todos os lados). Hoje em dia não existem mais cristãos! Onde já se viu? Deixar um objeto obsceno como esse aí, assim, no meio da rua, como se fosse uma messalina na qual qualquer um pode passar a mão e levar! É uma depravação total. E preta, ainda por cima! Só pode ser coisa do diabo! Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus! (benze a mala). Ei, tu aí, é tua? Parece tua, parece mala de Messalina, piriguete, prosti.... (bate na boca antes de completar a palavra). Não é tua? Ahhh tá. E tu aí? Vais deixar esse entrave aqui no meio da calçada? Atrapalhando a passada dos bons cristãos? Ahh não é tua também? Pensei que fosse, tem todo jeito de ser uma mala de herege!
(depois de pensar um pouco) Bom, eu como uma pessoa descente e temente a Deus, preciso dar um jeito nisso! Não posso deixar um troço desses aqui assim, à deriva, provocando tentações... (já vai passando a mão na mala) Ainda mais que nem sei o que pode haver dentro dela... HAAAAAAAA!!!! (solta a mala como se estivesse queimando a sua mão) Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus! (faz uma cruz com os dedos como quem afasta o demônio). O QUE SERÁ QUE TEM DENTRO DELA? Só pode ser muita sujeira, muita sacanagem, muita sem-vergonhice! Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus!
Aposto que tem um sex-shop inteiro aí dentro... calcinhas comestíveis, vibradores, chicotes, estimulador clitoriano, anéis penianos, baby dols, bolinhas mágicas... (dá um suspiro profundo e quando percebe o público novamente) Cruz credo Ave Maria mãe de Jesus que horror! Não, não, não, Eu não vou deixar toda essa obscenidade perdida aqui! Vai que alguém pegue essa nojeira toda!
(o dono da mala salta em cima da beata que leva um susto)
DONO DA MALA: Bom dia minha senhora! Com licença, eu preciso levar a minha mala.

BEATA: A SUA mala? Então essa mala depravada com todos esses objetos do demo é SUA? Seu indecente, mal intencionado, depravado, cavalão (começa a bater nele com um guarda chuva) O que estás pensando? Afrontando os bons cristãos que passam pela rua? (vai saindo) seu nojento, grandão, braço forte, indecente, lindo....

DONO DA MALA: Meu Deus!!!! Só passa gente louca nessa rua? O que foi isso? Já nem sei quem é a mala!  Isso não pode estar acontecendo comigo! Já perdi toda a minha hora de almoço e ainda não resolvi o que fazer com essa maldita!!!
E... se eu oferecesse pra alguém? Se dissesse que quero dá-la de presente? Não, não, não vai dar certo porque aí vão querer saber o que tem dentro dela, e não será uma boa ideia revelar... Pode causar uma, uma , uma catástrofe! Vou tentar mais uma vez deixa-la aqui... pode ser que agora apareça alguém de fundamento pra leva-la.
(mais uma vez o dono da mala se esconde)

(vem passando observando tudo com atenção, um jornalista)

JORNALISTA: (entra no meio das pessoas com um gravador) Estou andando pela rua, estou vendo pessoas, a cidade está movimentada, é hora do almoço, muito movimento, o semáforo abriu, a calçada está realmente em situação muito precária, as autoridades competentes precisam tomar providências, é um caos, um absurdo tanto descaso. Um momento: estou entrando em contato visual agora com um objeto muito estranho, ainda não identificado por este agente da notícia. Parece... (dá voltas em torno da mala) uma mala... Vejam só meus senhores e minhas senhoras, meus caros leitores onde está a cabeça do trabalhador brasileiro que sofre com a inflação a alta dos preços, a dívida da Petrobrás, acaba deixando seus pertences pela calçada, as autoridades competentes precisam tomar providências, é um caos, um absurdo tanto descaso. (desliga o gravador).
Acho que é um furo de reportagem. (Tira da mochila uma máquina fotográfica e começa a fotografar a mala por todos os ângulos fazendo contorcionismos. Depois liga novamente o gravador)
Quem? Uma mala perdida;
Quando? Hoje, sexta-feira às 13horas e 27minutos;
Onde? Bem no centro da cidade, rua Amaranta Lopes quase esquina Manoel Ataíde;
Porque? Aparentemente ninguém sabe mas, até agora todos são suspeitos. (desliga o gravador)
Será meu primeiro caso de reportagem investigativa? Já vejo as manchetes: O repórter que desvendou o caso da mala. O CRIME DA MALA!!! Será a repetição? Será que tem um corpo aos pedaços aí dentro? Espera aí... vejo uma mancha vermelha... É SANGUE!!!!!
(o dono da mala salta assustado em frente ao jornalista)

DONO DA MALA: Ô, ô, ô, e aí meu amigo. Tudo bem? Se não se importa, vou levar a minha mala comigo.

JORNALISTA: Papapapa pode parar! Não toque nisso. É a prova de um crime. Está num local suspeito. Tem que esperar a polícia, a perícia, o Instituto Médico Legal e o BOPE! Nem pense em mexer nessa mala (com ar de autoridade).

O DONO DA MALA: Polícia????? Tá doido meu amigo? Pra quê tu vais chamar a polícia? Por causa de uma mala perdida na rua?

JORNALISTA: Não é uma simples mala, tem manchas de sangue bem aqui ó, ó. E além disso, quem me garante que essa mala é tua? Estava aqui, bem no meio da calçada, bem sozinha ao que me consta. Não diz o teu nome em lugar nenhum. Aliás (pegando o bloco e a caneta) qual é mesmo o teu nome?

DONO DA MALA: Meu caro senhor, meu nome não vem ao caso agora. Essa mala é MINHA, eu só a deixei aqui por uns minutos para ir ali.... ali.... ali pedir uma informação. Só isso. Não tem mistério nenhum com essa mala! Agora o senhor me dê licença, que estou atrasado. Passar bem.(tenta sair mas o repórter o segura pelo braço).

JORNALISTA: Não, não, não, nada de passar bem. Um bom repórter nunca deixa de averiguar a notícia. Eu só vou deixa-lo ir depois que me disser o que tem dentro dessa mala!

DONO DA MALA: Ora, o que tem dentro da mala. Não é da sua conta. E além do mais, essa mala nem é exatamente minha. É de outra pessoa, que me pediu para guarda-la. Portanto, seria muita indiscrição revelar o que tem dentro dela. Invasão de privacidade, sabe como é?

JORNALISTA: Hummm... esta história está cada vez pior! (toca o telefone do jornalista). Alô sim chefe! Nem imagine, consegui uma história fantástica, furo de reportagem! Um buraco enorme bem no meio da calçada, as autoridades precisam dar uma reposta para este absurdo, este total descaso! (enquanto fala vai saindo sem nem olhar para o dono da mala).

DONO DA MALA: Mas eu estou impressionado! A quantidade de gente fora das caixas nessa cidade é impressionante! Cada um que me aparece...
Mas e agora? Essa minha estratégia de deixar a mala aqui na rua para alguém pegar não está dando muito certo. Só aparece louco! Não posso largar isso assim na mão de qualquer um....
(neste momento, uma adolescente tropeça na mala)

DONO DA MALA: Ei! Não olha por onde anda não?

ADOLESCENTE: Calma tiozinho, eu não vi que tinha um obstáculo atravancando a calçada. Desculpe!

DONO DA MALA: Não, que isso. Eu que peço desculpas, afinal, tô meio fora do lugar mesmo.

ADOLESCENTE: O que houve? O tiozinho tá com cara de quem está em apuros. Já sei! Foi corrido de casa, a patroa te deu um pé na bunda, aposto que vacilou...

DONO DA MALA: Que vacilou o quê? Que patroa? Eu não sou casado!

ADOLESCENTE: Mas tá em apuros!

DONO DA MALA: Ah... um pouco...

ADOLESCENTE: Quer ajuda? Eu tenho uma galera das confiança que resolve qualquer parada...

DONO DA MALA: Que parada? Que confiança? Que isso guria, tá me confundindo!
Eu fiquei encarregado de cuidar dessa mala. Ela não é minha, é de outra pessoa e eu já perdi meu horário de almoço todinho tentando me livrar dela e não consegui, tentei deixa-la aqui na calçada para que alguém levasse mas só me apareceu maluco até agora e depois...

ADOLESCENTE: Peraí. Como o tiozinho fala! Me explica. Porque tu não quer ficar com ela? É só levar pra casa até a pessoa que te pediu para que cuidasse dela volte pra pegar. Simples assim.

DONO DA MALA: Simples assim. Nada simples! Acontece que o dono da mala (fala baixinho) morreu!

ADOLESCENTE: Aiiiiiii, o tiozinho tá em apuros! Mas.... me diz uma coisa.... o que é que tem dentro da mala?

(Nesse momento aparecem as duas amigas, voltando do lado oposto ao que saíram, desta vez carregam sacolas de supermercado)

AMIGA 2: Ora, ora, ora, quem nós encontramos aqui. O senhor e essa sua mala misteriosa... Não tinha ido embora? E no entanto ainda está aqui, só queria mesmo era se livrar da gente não é mesmo?

AMIGA 1: Olha, eu tenho que concordar que é mesmo muito estranho.

ADOLESCENTE: Aí tiozinho, quem são essas duas? Elas tão sabendo da mala? São parentes do (sussurra) falecido?

AMIGA 2: O que foi que ela disse?

DONO DA MALA: Psiu! Elas são duas malucas, ops, moças que ficaram cuidando da MINHA mala por um instante, enquanto eu ia ali... 

(A amiga 2 começa a tirar fotos com o celular)

O DONO DA MALA: Ei, o que a senhora está fazendo?

AMIGA 2: Estou postando no instagram. Vai que alguém reconhece esta mala e vem aqui buscá-la?

ADOLESCENTE: Só se essa pessoa levantar do túmulo!

DONO DA MALA: Essa mala é minha!!!!!!!!!

(A beata aparece com um rosário e uma bíblia na mão)

BEATA: Eu sabia que essa imundície ainda estava aqui. Todos pra trás! Eu preciso exorcizar esse objeto do demônio. Fique aí também (apontando para o dono da mala) aproveito e já faço o serviço completo. Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus!
(fica em volta da mala rezando e fazendo sinais em volta)

ADOLESCENTE: Mas que rabiação. Quem é essa aí agora? Assistente do exorcista?

O DONO DA MALA:  Tá ficando difícil...

AMIGA 1: Olha meu senhor, eu acho que não tem outro jeito, para que o senhor possa sair daqui em paz, será preciso nos dizer o que tem dentro dessa mala.

AMIGA 2: É, e de QUEM ela é de verdade.

BEATA: Se não, vou chamar o padre....

AMIGA 1: Vou chamar meu marido....

AMIGA 2 : Não vamos chamar ninguém! Vamos abrir a mala! (e pega a mala)

BEATA: Isso mesmo, vamos queimar tudo que tem dentro dela para acabar com o pecado!

ADOLESCENTE: Calma! Não podem fazer isso!

(Neste momento, todas estão puxando a mala, cada um para um lado)

DONO DA MALA: Saiam daí suas malucas, não façam isso! Deixem minha mala em paz!

(de repente, a mala se abre e uma grande explosão acontece, muita fumaça, estampidos e estilhaços. Todos gritam e cada personagem cai para um lado do palco. Ficam esparramdos no chão, mortos).

(aparece o jornalista, quando vê a cena, reconhece o dono da mala, fica apavorado, pega o gravador)

JORNALISTA: Meus caros leitores... é uma cena horripilante. Tem corpos espalhados por todos os lados, parece uma cena de guerra... Pelo visto, fui o primeiro a chegar aqui. Eu sabia que iria encontrar aquela mala. A mesma que continha as experiências científicas do Dr. Samonelo, e que estava perdida. O cientista que morreu há dois dias após explodir o laboratório... (neste trecho o jornalista fala devagar, ainda assimilando a cena e meio assustado)

JORNALISTA: (em tom de sensacionalismo) É isso aí meus caros leitores, a curiosidade matou um gato... duas amigas, um pateta, uma beata, uma jovenzinha e muitos mais. Direto da redação, o seu repórter investigativo.... (saindo de cena).

FIM

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