Texto: Anelize
Carriconde
PERSONAGENS
O dono da mala
As duas amigas
A beata
O jornalista
A adolescente
CENÁRIO
A rua, uma calçada.
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O dono da mala entra
em cena muito apressado, com a mala na mão, olhando para trás e para os lados,
como se estivesse se escondendo de alguém
DONO DA MALA: Eu devo ter feito alguma coisa muito séria pro
universo me retribuir dessa maneira! (anda de um lado para outro) E agora? O
que eu faço? Não é justo. Eu, um cara trabalhador, que encaro todas as minhas
obrigações com responsabilidade, cumpro horários, atinjo metas, faço tudo
direitinho, e é essa a recompensa que eu ganho?
Querem saber de uma coisa? Vou deixar isso aqui pra alguém
resolver o seu destino. É isso mesmo (com ar de confiança) . Alguém vai
encontrar esse troço aqui e com certeza, vai saber melhor do que eu o que fazer
com ele.
(o dono da mala larga a mala no centro do palco, dá uma
olhada ainda em dúvida, e finalmente abandona-a. Sai do palco) (Minutos depois,
retorna)
DONO DA MALA: AAAAAAAAAIIIIIIII!!!!! Que droga! Porque eu
não consigo? Porque tenho que ser tão correto? Afinal de contas, não é problema
meu.... Eu não tinha nada a ver com isso até... Até abrir a minha boca grande,
e me oferecer para ficar com isso. Ora, porque tenho que ser gentil, e
solícito, e atencioso e IDIOTA!
Mas tem que haver uma solução: Se eu me concentrar, vou
encontrar uma saída pra esse enorme pepino que arranjei pra mim. Afinal de
contas... nem é algo tão importante assim... Já sei! Vou deixar a mala aqui e
depois me escondo fico espiando pra ver quem vai pegá-la. Se for alguém de
fundamento, eu deixo levá-la. Senão....
(O Homem se esconde
num canto e fica esperando alguém entrar)
AMIGA 1: Pois é isso, eu não sei mais o que fazer com o
Oswaldo e aquela mania que ele tem de dormir sentado à beira da mesa depois do
almoço! Às vezes me dá vontade de jogar um balde de água fria em cima dele!!!!
AMIGA 2: Nem me fala, e o Sérgio menina, que por mais que eu
me esgane pedindo não adianta. Ele deixa a pia cheia de restos de barba
misturada com creme sempre depois do barbear. Sabe aquela sujeira que sai do
prestobarba? Harg!
(Neste momento as duas
amigas visualizam a mala)
AMIGA 1: (Olha para
todos os lados) Ué, de quem será essa mala?
(O dono da mala presta
atenção nas duas)
AMIGA 2: Que estranho. Mas com certeza ela tem dono. Ninguém
deixa uma mala desse tamanho, abandonada assim, no meio da rua. Parece de boa
qualidade, não é de pobrinho não. Olha só! Tem até rodinha! Que chique! Que
linda, eu sempre tive um sonho de ter uma dessas... E é pesada!
AMIGA 1: É mesmo? Deixa eu ver... Barbaridade que pesadona! È
chiquerésima mesmo! Garanto que comprada no BIG.
AMIGA 2: Que desperdício né? Porque será que alguém iria
deixar um objeto tão valioso abandonado no meio da calçada. Será que alguém
viu? Será que vão voltar para pega-la? Que vamos fazer?
AMIGA 1: Não sei. Na verdade deveríamos deixá-la aí onde está.
Afinal não é da nossa conta o destino dessa mala...
AMIGA 2: De jeito nenhum!
É até um crime deixarmos essa mala maravilhosa aqui atirada.. Isso que nem
sabemos o que tem dentro!
(as duas se olham
percebendo ao mesmo tempo o mais importante)
AMIGA 1: É mesmo! O que será que tem aí dentro? Roupas....
Talvez documentos importantes... Ou quem sabe produtos de um vendedor! Alguém
pode estar em apuros a esta hora!!!
AMIGA 2: Pois eu acho que alguém que carrega uma mala
elegante como esta deve ser muito chique e dentro dela deve haver roupas caras,
jóias, uma chapinha, e quem sabe até dinheiro.... dólares!!!!! (olha
para mala com ar de gulosa).
AMIGA 1: Será mesmo? Não acredito que alguém tãaaaaao
elegante, vai andar perdendo os pedaços pela rua! Acho mais provável que seja
algum empregado que perdeu a mala do patrão... É mais a cara do brasileiro!
AMIGA 2: Só tem uma maneira de descobrir... Vamos abrir a
mala. (Imediatamente começa a forçar a mala com certa violência)
AMIGA 2: Puxa vida! Está trancada. O dono desta mala é um
completo idiota!!!! Além de perder um objeto valioso, deixou sem identificação
nenhuma e ainda por cima trancada! Ora como vamos saber de quem é????
AMIGA 1: Será que não é melhor chamarmos a polícia?
AMIGA 2: Que polícia menina? Desde quando a polícia se
interessa por objetos perdidos? Nós vamos levar essa mala pra casa arromba-la, bisbilhotar
e, com sorte, até faremos uma graninha com o que tem dentro dela.
AMIGA 1: Eu não! Não quero me comprometer... Vai que isso
daí seja de algum traficante, um ladrão que deixou. Eu vou embora e nem vi essa
mala hoje!
AMIGA 2: Não mesmo. Afinal tu és minha amiga ou não? Vamos
descobrir o que tem dentro dessa mala sim, e se não nos agradamos jogamos fora!
(o dono da mala salta apressado)
DONO DA MALA: Com licença senhoras... Estou com um pouco de
pressa. Obrigado por terem cuidado da minha mala, fico mesmo agradecido!
AMIGA 1: A mala é do senhor? Graças a Deus! Estávamos com um
problema pois não sabíamos o que fazer com ela...
AMIGA 2: E o senhor por acaso tem como provar que esta mala
é sua?
O DONO DA MALA: É minha sim. Fui eu que a deixei aqui, e
agora a estou levando embora, adeus! (volta
para o canto onde estava escondido)
AMIGA 1: Acabou tudo bem... já estava nervosa com essa história
de mala... já pensou a gente se comprometer de graça? Eu eihn...
AMIGA 2: Pois se tu queres saber: ele não me convenceu. Eu
queria tanto saber o que tinha dentro daquela mala linda.... (as duas saem conversando)
O DONO DA MALA: (volta ao palco) Que duas malucas! Passam
milhares de anos e as mulheres continuam as mesmas, querendo sempre nos
extorquir! Imaginem, entregar a minha mala nas mãos dessas duas.... (abraça a
mala e, de repente lembra-se que a mala não é sua).
O pior é que agora, voltei pra estaca zero. Continuo sem
saber o fim que devo dar a esta porcaria!
(novamente deixa a mala no meio da calçada e volta ao seu
esconderijo)
(neste momento aparece a beata)
BEATA: (Quando vê a
mala já faz o sinal da cruz.) Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus! O que é isso?
(olha para todos os lados). Hoje em dia não existem mais cristãos! Onde já se
viu? Deixar um objeto obsceno como esse aí, assim, no meio da rua, como se
fosse uma messalina na qual qualquer um pode passar a mão e levar! É uma
depravação total. E preta, ainda por cima! Só pode ser coisa do diabo! Cruz
credo, Ave Maria mãe de Jesus! (benze a mala). Ei, tu aí, é tua? Parece tua,
parece mala de Messalina, piriguete, prosti.... (bate na boca antes de
completar a palavra). Não é tua? Ahhh tá. E tu aí? Vais deixar esse entrave
aqui no meio da calçada? Atrapalhando a passada dos bons cristãos? Ahh não é
tua também? Pensei que fosse, tem todo jeito de ser uma mala de herege!
(depois de pensar um pouco) Bom, eu como uma pessoa descente
e temente a Deus, preciso dar um jeito nisso! Não posso deixar um troço desses
aqui assim, à deriva, provocando tentações... (já vai passando a mão na mala)
Ainda mais que nem sei o que pode haver dentro dela... HAAAAAAAA!!!! (solta a
mala como se estivesse queimando a sua mão) Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus!
(faz uma cruz com os dedos como quem afasta o demônio). O QUE SERÁ QUE TEM
DENTRO DELA? Só pode ser muita sujeira, muita sacanagem, muita sem-vergonhice!
Cruz credo, Ave Maria mãe de Jesus!
Aposto que tem um sex-shop inteiro aí dentro... calcinhas
comestíveis, vibradores, chicotes, estimulador clitoriano, anéis penianos, baby
dols, bolinhas mágicas... (dá um suspiro profundo e quando percebe o público
novamente) Cruz credo Ave Maria mãe de Jesus que horror! Não, não, não, Eu não
vou deixar toda essa obscenidade perdida aqui! Vai que alguém pegue essa
nojeira toda!
(o dono da mala salta em cima da beata que leva um susto)
DONO DA MALA: Bom dia minha senhora! Com licença, eu preciso
levar a minha mala.
BEATA: A SUA mala? Então essa mala depravada com todos esses
objetos do demo é SUA? Seu indecente, mal intencionado, depravado, cavalão
(começa a bater nele com um guarda chuva) O que estás pensando? Afrontando os
bons cristãos que passam pela rua? (vai saindo) seu nojento, grandão, braço
forte, indecente, lindo....
DONO DA MALA: Meu Deus!!!! Só passa gente louca nessa rua? O
que foi isso? Já nem sei quem é a mala! Isso
não pode estar acontecendo comigo! Já perdi toda a minha hora de almoço e ainda
não resolvi o que fazer com essa maldita!!!
E... se eu oferecesse pra alguém? Se dissesse que quero
dá-la de presente? Não, não, não vai dar certo porque aí vão querer saber o que
tem dentro dela, e não será uma boa ideia revelar... Pode causar uma, uma , uma
catástrofe! Vou tentar mais uma vez deixa-la aqui... pode ser que agora apareça
alguém de fundamento pra leva-la.
(mais uma vez o dono da mala se esconde)
(vem passando observando tudo com atenção, um jornalista)
JORNALISTA: (entra no meio das pessoas com um gravador) Estou
andando pela rua, estou vendo pessoas, a cidade está movimentada, é hora do
almoço, muito movimento, o semáforo abriu, a calçada está realmente em situação
muito precária, as autoridades competentes precisam tomar providências, é um
caos, um absurdo tanto descaso. Um momento: estou entrando em contato visual
agora com um objeto muito estranho, ainda não identificado por este agente da
notícia. Parece... (dá voltas em torno da mala) uma mala... Vejam só meus
senhores e minhas senhoras, meus caros leitores onde está a cabeça do
trabalhador brasileiro que sofre com a inflação a alta dos preços, a dívida da
Petrobrás, acaba deixando seus pertences pela calçada, as autoridades
competentes precisam tomar providências, é um caos, um absurdo tanto descaso.
(desliga o gravador).
Acho que é um furo de reportagem. (Tira da mochila uma
máquina fotográfica e começa a fotografar a mala por todos os ângulos fazendo
contorcionismos. Depois liga novamente o gravador)
Quem? Uma mala perdida;
Quando? Hoje, sexta-feira às 13horas e 27minutos;
Onde? Bem no centro da cidade, rua Amaranta Lopes quase
esquina Manoel Ataíde;
Porque? Aparentemente ninguém sabe mas, até agora todos são
suspeitos. (desliga o gravador)
Será meu primeiro caso de reportagem investigativa? Já vejo
as manchetes: O repórter que desvendou o caso da mala. O CRIME DA MALA!!! Será
a repetição? Será que tem um corpo aos pedaços aí dentro? Espera aí... vejo uma
mancha vermelha... É SANGUE!!!!!
(o dono da mala salta assustado em frente ao jornalista)
DONO DA MALA: Ô, ô, ô, e aí meu amigo. Tudo bem? Se não se
importa, vou levar a minha mala comigo.
JORNALISTA: Papapapa pode parar! Não toque nisso. É a prova
de um crime. Está num local suspeito. Tem que esperar a polícia, a perícia, o
Instituto Médico Legal e o BOPE! Nem pense em mexer nessa mala (com ar de
autoridade).
O DONO DA MALA: Polícia????? Tá doido meu amigo? Pra quê tu
vais chamar a polícia? Por causa de uma mala perdida na rua?
JORNALISTA: Não é uma simples mala, tem manchas de sangue
bem aqui ó, ó. E além disso, quem me garante que essa mala é tua? Estava aqui,
bem no meio da calçada, bem sozinha ao que me consta. Não diz o teu nome em
lugar nenhum. Aliás (pegando o bloco e a caneta) qual é mesmo o teu nome?
DONO DA MALA: Meu caro senhor, meu nome não vem ao caso
agora. Essa mala é MINHA, eu só a deixei aqui por uns minutos para ir ali....
ali.... ali pedir uma informação. Só isso. Não tem mistério nenhum com essa
mala! Agora o senhor me dê licença, que estou atrasado. Passar bem.(tenta sair
mas o repórter o segura pelo braço).
JORNALISTA: Não, não, não, nada de passar bem. Um bom repórter nunca deixa de averiguar a notícia. Eu
só vou deixa-lo ir depois que me disser o que tem dentro dessa mala!
DONO DA MALA: Ora, o que tem dentro da mala. Não é da sua conta.
E além do mais, essa mala nem é exatamente minha. É de outra pessoa, que me
pediu para guarda-la. Portanto, seria muita indiscrição revelar o que tem
dentro dela. Invasão de privacidade, sabe como é?
JORNALISTA: Hummm... esta história está cada vez pior! (toca
o telefone do jornalista). Alô sim chefe! Nem imagine, consegui uma história
fantástica, furo de reportagem! Um buraco enorme bem no meio da calçada, as
autoridades precisam dar uma reposta para este absurdo, este total descaso!
(enquanto fala vai saindo sem nem olhar para o dono da mala).
DONO DA MALA: Mas eu estou impressionado! A quantidade de
gente fora das caixas nessa cidade é impressionante! Cada um que me aparece...
Mas e agora? Essa minha estratégia de deixar a mala aqui na
rua para alguém pegar não está dando muito certo. Só aparece louco! Não posso
largar isso assim na mão de qualquer um....
(neste momento, uma adolescente tropeça na mala)
DONO DA MALA: Ei! Não olha por onde anda não?
ADOLESCENTE: Calma tiozinho, eu não vi que tinha um
obstáculo atravancando a calçada. Desculpe!
DONO DA MALA: Não, que isso. Eu que peço desculpas, afinal,
tô meio fora do lugar mesmo.
ADOLESCENTE: O que houve? O tiozinho tá com cara de quem
está em apuros. Já sei! Foi corrido de casa, a patroa te deu um pé na bunda,
aposto que vacilou...
DONO DA MALA: Que vacilou o quê? Que patroa? Eu não sou
casado!
ADOLESCENTE: Mas tá em apuros!
DONO DA MALA: Ah... um pouco...
ADOLESCENTE: Quer ajuda? Eu tenho uma galera das confiança
que resolve qualquer parada...
DONO DA MALA: Que parada? Que confiança? Que isso guria, tá
me confundindo!
Eu fiquei encarregado de cuidar dessa mala. Ela não é minha,
é de outra pessoa e eu já perdi meu horário de almoço todinho tentando me
livrar dela e não consegui, tentei deixa-la aqui na calçada para que alguém
levasse mas só me apareceu maluco até agora e depois...
ADOLESCENTE: Peraí. Como o tiozinho fala! Me explica. Porque
tu não quer ficar com ela? É só levar pra casa até a pessoa que te pediu para
que cuidasse dela volte pra pegar. Simples assim.
DONO DA MALA: Simples assim. Nada simples! Acontece que o
dono da mala (fala baixinho) morreu!
ADOLESCENTE: Aiiiiiii, o tiozinho tá em apuros! Mas.... me
diz uma coisa.... o que é que tem dentro da mala?
(Nesse momento aparecem as duas amigas, voltando do lado
oposto ao que saíram, desta vez carregam sacolas de supermercado)
AMIGA 2: Ora, ora, ora, quem nós encontramos aqui. O senhor
e essa sua mala misteriosa... Não tinha ido embora? E no entanto ainda está
aqui, só queria mesmo era se livrar da gente não é mesmo?
AMIGA 1: Olha, eu tenho que concordar que é mesmo muito
estranho.
ADOLESCENTE: Aí tiozinho, quem são essas duas? Elas tão
sabendo da mala? São parentes do (sussurra) falecido?
AMIGA 2: O que foi que ela disse?
DONO DA MALA: Psiu! Elas são duas malucas, ops, moças que
ficaram cuidando da MINHA mala por um instante, enquanto eu ia ali...
(A amiga 2 começa a tirar fotos com o celular)
O DONO DA MALA: Ei, o que a senhora está fazendo?
AMIGA 2: Estou postando no instagram. Vai que alguém
reconhece esta mala e vem aqui buscá-la?
ADOLESCENTE: Só se essa pessoa levantar do túmulo!
DONO DA MALA: Essa mala é minha!!!!!!!!!
(A beata aparece com um rosário e uma bíblia na mão)
BEATA: Eu sabia que essa imundície ainda estava aqui. Todos
pra trás! Eu preciso exorcizar esse objeto do demônio. Fique aí também
(apontando para o dono da mala) aproveito e já faço o serviço completo. Cruz
credo, Ave Maria mãe de Jesus!
(fica em volta da mala rezando e fazendo sinais em volta)
ADOLESCENTE: Mas que rabiação. Quem é essa aí agora?
Assistente do exorcista?
O DONO DA MALA: Tá
ficando difícil...
AMIGA 1: Olha meu senhor, eu acho que não tem outro jeito,
para que o senhor possa sair daqui em paz, será preciso nos dizer o que tem
dentro dessa mala.
AMIGA 2: É, e de QUEM ela é de verdade.
BEATA: Se não, vou chamar o padre....
AMIGA 1: Vou chamar meu marido....
AMIGA 2 : Não vamos chamar ninguém! Vamos abrir a mala! (e
pega a mala)
BEATA: Isso mesmo, vamos queimar tudo que tem dentro dela
para acabar com o pecado!
ADOLESCENTE: Calma! Não podem fazer isso!
(Neste momento, todas estão puxando a mala, cada um para um
lado)
DONO DA MALA: Saiam daí suas malucas, não façam isso! Deixem
minha mala em paz!
(de repente, a mala se abre e uma grande explosão acontece,
muita fumaça, estampidos e estilhaços. Todos gritam e cada personagem cai para
um lado do palco. Ficam esparramdos no chão, mortos).
(aparece o jornalista, quando vê a cena, reconhece o dono da
mala, fica apavorado, pega o gravador)
JORNALISTA: Meus caros leitores... é uma cena horripilante.
Tem corpos espalhados por todos os lados, parece uma cena de guerra... Pelo
visto, fui o primeiro a chegar aqui. Eu sabia que iria encontrar aquela mala. A
mesma que continha as experiências científicas do Dr. Samonelo, e que estava
perdida. O cientista que morreu há dois dias após explodir o laboratório...
(neste trecho o jornalista fala devagar, ainda assimilando a cena e meio
assustado)
JORNALISTA: (em tom de sensacionalismo) É isso aí meus caros
leitores, a curiosidade matou um gato... duas amigas, um pateta, uma beata, uma
jovenzinha e muitos mais. Direto da redação, o seu repórter investigativo....
(saindo de cena).
FIM
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