domingo, 25 de fevereiro de 2018

As mães são todas doidas????

Não é de hoje que existem milhares de pesquisas sobre o comportamento das mulheres com a chegada da maternidade. Sobre os mais variados aspectos. Porém nem precisa ser um especialista para perceber que elas são, de alguma forma, afetadas por tal fenômeno. Senão vejamos: quando a gente era bem pequena ela tinha medo que a gente morrese de repente, ficava preocupadíssima quando adoecíamos, e se machucar então? “-Pobrezinha fez dodói” e da-lhe beijinhos na ponta do dedinho... Depois, lá pelos sete, oito anos, a gente vinha com o joelho ralado escorrendo sangue perna abaixo cheio de areia, berrando e suplicando a atenção da mãe e ela , dava uma olhada de canto de olho e logo dizia com certo desdém: “- Ah! periga sair as tripas por aí!” Eu tenho a impressão que era para nos convencer de que o machucado que tanto nos ardia não era lá tão grave assim, e que não era um bom motivo para perturbá-la. Mas convenhamos, nada gentil essa expressão! E pior é que ainda dávamos uma boa olhada imaginando uma tripa saindo do joelho!!!
E quando chegávamos aos dez anos de idade e por um acidente nos machucávamos feio a ponto de pedir socorro, aí ela nos tascava: “-Eu avisei que tu ias te pisar!”
Os primeiros anos de escola eram um primor: ia para o jardim de infância (da professora Adelaide Freitas) parecendo uma boneca, cabelos bem penteados, lancheira atravessada, faceira de mão com a mãe. Na primeira série cuidávamos do novo material escolar, até versinho em apresentação no dia das mães eu recitei.
Porém, conforme foi passando o tempo, o glamour foi se esvaindo também. As correrias no pátio na hora do recreio faziam com eu chegasse de volta em casa suja, descabelada e cheirando a cachorro, e a mãe também foi perdendo a paciência (que injustiça!) uma vez quase apanhei dela no meio da rua mesmo porque saí do 20 de setembro às cinco da tarde e cheguei em casa quase seis, para desespero dela, pois nós morávamos a três quadras da escola. Com o passar do tempo só piorou. Aquela mãezinha doce que eu conheci nos primeiros tempos, ora vejam, me arrancava da cama sem piedade nas manhãs geladas de inverno, apesar dos meus protestos.
Eu confesso que hoje em dia até entendo um pouco dessa maluquice porque também sou mãe e às vezes me pego fazendo as minhas também. E ela, já me disse algumas vezes que sou uma boa mãe, mas não perde a oportunidade de me mandar um recado: “-Cuida bem dessas crianças!”
Ninguém merece!!!

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