Entrei naquele prédio grande com prateleiras cheias de revistas, livrinhos e muitos souvenirs que enchiam os meus olhos infantis. Escolhi o que eu queria e fui ao caixa.
Dona Guiomar, era a popular funcionária da Cigarraria, uma figura pitoresca, solteira de idade avançada e língua afiada. Não sei quem estava ao seu lado no caixa, mas foi com esta pessoa que ela comentou achando a maior graça:
- Olhas as tetinhas dela aparecendo!"
Eu dei uma olhada para o meu peito e só então, constatei que aparecia, levemente entre as tramas de crochê, meus pequeníssimos seios que estavam despontando timidamente.
Foi automático o vermelhão no rosto e um sorriso amarelo na despedida. Fui quase correndo pra casa abraçada com os livros no peito pra que mais ninguém me visse naquele estado de nudez absoluta. Muito chateada com minha mãe que não me avisou do perigo, cheguei muito de mau humor, e contei que nunca mais iria usar aquela blusinha branca.

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