Não faz nenhum sentido falar daépoca de colégio e não relembrar aquelas horas maravilhosas que passávamos no pátio.
Eu tenho pelo menos três passagens que nunca saíram da minha memória, nos bons tempos em que estudei no “20 de Setembro”.
Uma delas não era muito agradável pois nos causava medo e dor. Uma turminha de terroristas formada pelos mais pestinhas da escola, (entre eles eu lembro do Fabrício Ortega, que era mais novo, mas nem por isso menos medonho. Quem diria, hoje somos bons amigos) resolveu inventar uma nova brincadeira: “O arrastão”. Todos os dias na hora do recreio, eles faziam uma espécie de “corrente” abraçados uns aos outros e faziam uma varredura no pátio, derrubando quem se atrevesse passar na frente. Imaginem o misto de medo e excitação que isso causava, pois, era perigoso (principalmente para os menores) e desafiador (para os corajosos). Disparar do arrastão foi, durante um bom tempo, a maior farra de todos os dias.
Outra atividade que foi bem corriqueira nas horas mais solenes que aconteciam na rua, era atender ao pedido da diretora: “-Vamos rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria pela saúde do Átila, filho da professora Francisca que quebrou-se todo”. Isso aconteceu mais de uma vez e eu, meio indignada, me perguntava: - Mas que tanto? Afinal esse guri é feito de palito de dentes? Está sempre quebrado!
Por fim, era aniversário da Escola. Uma programação cheia de atividades tornou a semana muito animada. No encerramento, a tarde de brincadeiras, jogos e concursos e um deles foi de danças. Escolhemos nossos pares - o meu era o Sandro Campelo, aliás muito disputado pois era de invernada e sabia dançar. Começaram as músicas e os pares deviam apresentar suas qualidades ritmicas. Lá pelas tantas nem dava para enxergar direito tamanha era a polvadeira que levantou devido aos passos de “twist” que a gurizada exibia.
Ao final da tarde, começaram a divulgar os vencedores das disputas e quando chegou o concurso de danças ficamos eufóricos quando ouvimos no microfone: “- Em primeiro lugar, a dupla Anelize e Sandro!” Que felicidade! Fomos muito faceiros receber o nosso prêmio e qual foi a nossa surpresa quando desembrulhamos o pacote e vimos uma caixinha de lenços de tecido para assoar o nariz! O Sandro, sempre gentil - ou esperto - nem quis ficar com a sua parte: um lencinho branco e um xadrez...
Nenhum comentário:
Postar um comentário